Home
Sobre Antonio Miranda
Currículo Lattes
Grupo Renovación
Cuatro Tablas
Terra Brasilis
Em Destaque
Textos en Español
Xulio Formoso
Livro de Visitas
Colaboradores
Links Temáticos
Indique esta página
Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 
POESIA MUNDIAL EM PORTUGUÊS

Foto: Google

 

ALEKSANDER WAT
( Polônia ) 

 Varsóvia, 1900 – Paris, 1967

 

É prosador, poeta, editor e tradutor.
São obras de sua lavra, entre outras, Bezrobotny Lucyfer (contos, 1927), Wiersze  (poesia, 1957), Wiersze  sró diziemno morkskie (poesia, 1962), e Mók wiek. Pamietnik mówiony (memórias, 1981).
 

 

POESIA SEMPRE. Ano 15  Número 30  2008.  Polônia.   Editor Marco Lucchesi. Rio de Janeiro: Fundação Biblioteca Nacional, 2008.  178 p.  No. 10 381  
Exemplar da biblioteca de ANTONIO MIRANDA


Se a expressão “existe” deve ter algum sentido,
Então convém que se refira a algo a que seja possível voltar.
No entanto, não há volta. Tudo é uma só vez
e antes que o “existir” tenha começado já deixou de “existir”
(atenção: “tenha começado”, “deixou” são igualmente sem
fundamento),
e a alternância  “é” e “não é” não é uma sequência no tempo,
ela acontece além do tempo — desde que “acontece”
possa se aplicar aqui.
Portanto
voltemos de novo
à ausência. Pois com ela estamos mais seguros.
Pois nós a criamos.  Ela não depende
nem do que “é”, nem do que “não é”.

Como é bom voltar aos velhos conceitos desprezados!
(Obs. É corrente o sentido desse “voltemos”.
Assim por exemplo voltou
Ulisses para Penélope, para ela que sabe o segredo:
que é preciso tecer e desfiar. E de novo tecer e desfiar.)

Tradução inédita de MARCELO PIVA DED SOUZA
(Poema original sem título, em Poezje. Warsawa, Czytenik, 1997.)

 


Poeta

O poeta é aquele, pensei, que veio sem ser convidado
para o banquete dos Filistinos?
E colocou-se à cabeceira da mesa,
o cabelo feito um capacete,
oh, como domina a assembléia dos Filistinos armados!
Ele chega de partes onde nenhum deles esteve
e nunca estará.
Onde as coisas finais chocam-se
e fendem como montanhas glaciais
e afundam ou,
ou vão flutuando embora
ao encontro de novos nascimentos e pores do sol,
que nenhum deles verá.
Ele podia levar diante de si seu desprezo como duas tochas —
mas num olho incandesceu amor
e noutro fúria.
Ele podia, dos pássaros assados sobre travessa de ouro,
predizer-lhes seu triunfo, ou sua derrota. Derrota, muitas derrotas.
Ele podia gritar e com seu punho de pedra
partir suas mesas ao meio,
rasgar suas armaduras de cobre.
Porque veio sem se deixar convidar... Ou —
podia ele mesmo assumir a forma de uma cerceta branca
e com um só movimento das asas
voar embora, depois cair como pedra
nas águas negras
nas ondas escarlates
do Estige... Ou, ou
nas águas puras
e distante
da terra
natal

 

          Tradução de ZBIGNNIEW WÓDKOWSKI (Com modificações:
Aproximações ,
Brasília/Lisboa/Cracóvia, n.4, 1990)


Vésperas em Notre-Dame

Entra na catedral ao crepúsculo de verão
quando tocam Bach: sois tranquille
sois tranquille, mon âme...

O coral dos vitrais, o luzir das coroas,
línguas chamejantes de cem mil velas

agitarão no ar aquele pólen de cor,
laicizado de maneira tão chã
pelos pintores pós-impressionistas...

Não, não é isso! A luz – Espírito Santo
irrompeu como tempestade através do vidro e do chumbo.
E quando se mistura com a harmonia de Bach,
suscita ano ar gamas de cores,
onde cada cor é fogo diferente,
éon sonoro nos prismas do fogo
coral das cores, como das chamas,
nuvem dos sons no fogo da catedral.

É fogo vivo. Renasce nele
a alma acossada.  Fênix morta.
Sois tranquille, mon âme... Sei ruhig, mein´ Seel´,
sei ruhig

Tradução de ZBIGNIEW WÓDKOWSKI Com modificações:
Aproximações ,
Brasília/Lisboa/Cracóvia, n.4, 1990)


*
VEJA e LEIA outros poemas da POLÔNIA em nosso setor de POESIA MUNDIAL EM PORTUGUES:
http://www.antoniomiranda.com.br/poesiamundialportugues/poesiamundialportugues.html
Página publicada em maio de 2025.


 

 

 
 
 
Home Poetas de A a Z Indique este site Sobre A. Miranda Contato
counter create hit
Envie mensagem a webmaster@antoniomiranda.com.br sobre este site da Web.
Copyright © 2004 Antonio Miranda
 
Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Home Contato Página de música Click aqui para pesquisar